sexta-feira, 25 de maio de 2012

NA CRUZ



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"Ele salvou a muitos e a si mesmo não pôde salvar-se." - (MATEUS, 27:42.)

      Sim, ele redimira a muitos...
      Estendera o amor e a verdade, a paz e a luz, levantara enfermos e ressuscitara mortos.
      Entretanto, para ele mesmo erguia-se a cruz entre ladrões.
      Em verdade, para quem se exaltara tanto, para quem atingira o pináculo, sugerindo indiretamente a própria condição de Redentor e Rei, a queda era enorme...
      Era o Príncipe da Paz e achava-se vencido pela guerra dos interesses inferiores.
      Era o Salvador e não se salvava.
      Era o Justo e padecia a suprema injustiça.
      Jazia o Senhor flagelado e vencido.
      Para o consenso humano era a extrema perda.
      Caíra, todavia, na cruz.
      Sangrando, mas de pé.
      Supliciado, mas de braços abertos.
      Relegado ao sofrimento, mas suspenso da Terra.
      Rodeado de ódio e sarcasmo, mas de coração içado ao Amor.
      Tombara, vilipendiado e esquecido, mas, no outro dia, transformava a própria dor em glória divina. Pendera-lhe a fronte, em pastada de sangue, no madeiro, e ressurgia, à luz do sol, ao hálito de um jardim.
      Convertia-se a derrota escura em vitória resplandecente. Cobria-se o lenho afrontoso de claridades celestiais para a Terra inteira.
      Assim também ocorre no círculo de nossas vidas.
      Não tropeces no fácil triunfo ou na auréola barata dos crucificadores.
      Toda vez que as circunstâncias te compelirem a modificar o roteiro da própria vida, prefere o sacrifício de ti mesmo, transformando a tua dor em auxílio para muitos, porque todos aqueles que recebem a cruz, em favor dos semelhantes, descobrem o trilho da eterna ressurreição.

Do livro FONTE VIVA
FRANCISCO CANDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL 

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