terça-feira, 19 de junho de 2012

CHICO XAVIER / MADRE TEREZA DE CALCUTÁ



cheetere
O VERÃO
Como você responderia, leitor amigo, se eu lhe perguntasse, em relação às estações do ano: qual a sua preferida?
Talvez escolhesse a primavera, flores desabrochando, ar perfumado, manhãs luminosas...
Talvez o outono, brisa fresca, tapete de folhas pelo chão, revoadas de pássaros…
Talvez o inverno, tempo de dormir bem, chocolate, pipocas, chá fumegante no aconchego do lar...
Dificilmente, em nosso país tropical, alguém escolheria o verão, que serve muito bem ao povo que vai à praia, mas é terrível nas atividades diárias, calor sufocante, ar parado, transpiração, odores indesejados…
Fizeram essa mesma pergunta a Chico Xavier:
– Qual a sua estação preferida?
Resposta de pronto:
– O verão.
– Por quê?
– O pobre sofre menos.
Nas pequenas coisas identificamos o Espírito superior, sempre cogitando do bem-estar do próximo.
***
A Doutrina Espírita explica que estamos na Terra para evoluir.
Sofrimentos, dores, atribulações, dificuldades, lutas, desbastam nossas imperfeições mais grosseiras para que nasça em nós aquele homem novo a que se referia o Apóstolo Paulo (Efésios, 4:22-24):
…que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.
Pois bem, leitor amigo, reflita:
Qual seria a primeira providência nesse particular?
A meu ver, seria mudar de pessoa na conjugação do verbo de nossas ações.
Usamos, quase invariavelmente, a primeira pessoa do singular, eu, sob inspiração do egoísmo.
O comprometimento com o vício, o crime, a irresponsabilidade, a desonestidade e todos os males da vida social, decorre dessa conjugação centrada no eu.
O Bem começa quando nos dispomos a usar a terceira pessoa do plural – eles, sob inspiração do altruísmo.
Se todos cogitássemos não do eu, mas do eles, acabaríamos com guerras, brigas, crimes, miséria e todos os males do Mundo, que se sustentam, invariavelmente, na primeira pessoa do singular.
Se você analisar a vida dos grandes vultos da Humanidade, aqueles que pontificaram no esforço do Bem e da Verdade, perceberá claramente que os distinguia a preocupação com o semelhante, algo que, diga-se de passagem, Jesus ensinou e vivenciou.
Exemplo típico encontramos em Madre Teresa de Calcutá (1910-1997), extraordinária servidora do Cristo.
Suas colocações sobre o amor ao semelhante, que se manifesta no empenho de servir, são notáveis:
Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz.

O senhor não daria banho a um leproso nem por um milhão de dólares? Eu também não. Só por amor se pode dar banho a um leproso.
O que eu faço é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela o oceano será menor.
Quando descanso? Descanso no amor.
A todos os que sofrem e estão sós, dai sempre um sorriso de alegria. Não lhes proporcioneis apenas os vossos cuidados, mas também o vosso coração.
Às portas do paraíso, São Pedro me disse: – Volte à Terra, Teresa, aqui não há favelas.
***
Por que nos sentimos tensos, nervosos, irritados, desanimados, infelizes?
É que a primeira pessoa do singular pesa demais sobre nossos ombros.
eles é leve, diáfano, voejante, principalmente quando conjugado com afeto.
É o que garante o vigor de missionários aparentemente frágeis como Madre Teresa de Calcutá e Chico Xavier, sempre ativos e dispostos a servir, porque descansam no amor.
Richard Simonetti /notíciasespiritas.com.br

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