quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Estranhos comportamentos


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Escrito por Robson Pinheiro

“Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão;
Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada.
E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.”
Mt 18:15-17



Muitas vezes vemos pessoas que se dizem seguidoras do Cristo — adeptos de alguma filosofia religiosa que se utiliza de palavras e ensinamentos de Jesus como exemplo a ser seguido — agindo de forma antiética, anticristã.

Isso ocorre, por exemplo, quando alguém toma uma atitude que consideramos errada ou tem um comportamento, opinião ou ponto de vista diferente do nosso. Esse é o caso mais clássico de atitude estranha ao Evangelho. Em geral, discordamos da pessoa, falamos ou escrevemos sobre ela e divulgamos o fato para uma multidão de outras pessoas. Estamos empenhados em defender nosso ponto de vista e denegrir o outro ou provar que ele está errado ou com más intenções. Todos ficam sabendo a respeito de nossa opinião. Justificamos nossa atitude dizendo que estamos defendendo a verdade, o aspecto doutrinariamente correto. No entanto, ela mesma, a pessoa que acreditamos estar errada ou haver incorrido em alguma falta, é a última a saber de nossa discordância.

E, o que é pior, a pessoa em questão pode estar com a melhor das intenções, tentando acertar, e nós divulgamos — “para os outros, primeiro” — toda a nossa opinião a respeito do que a pessoa fez, de seu aparente erro, mas não damos a ela a chance de concertar, de ao menos saber que errou ou como errou.

É interessante o conselho de Jesus, quando nos pede para procurarmos primeiramente a pessoa, em particular, a fim de resolvermos com ela o ponto de discórdia. Depois, então, ele recomenda chamar duas ou três testemunhas, caso o problema não tenha sido solucionado, e somente mais tarde, depois de várias tentativas, é que deveríamos levar à comunidade (eklesia) o objeto da discussão, de forma a se obter a opinião da maioria.

Será esse nosso comportamento habitual, o mais acertado diante de tantos que julgamos estar em erro? Será a nossa opinião a respeito da verdade aquilo que realmente é a verdade? Ou será a nossa opinião uma mera opinião, como a do outro?

Normalmente desenvolvemos uma ação muito contrária ao que Jesus ensinou. Primeiro levamos a público o fator discordante, depois chamamos duas ou três pessoas “amigas” e, por último, a pessoa que é alvo dos nossos comentários é quem fica sabendo pela boca de outros.

Creio ser muito importante avaliar nosso comportamento diante de situações semelhantes e depois vermos se estamos realmente sendo cristãos ou espíritas, como preferirmos.

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