domingo, 18 de abril de 2010

Artigo

A Redescoberta De Deus

As velhas tradições gregas narram que Erisícton ou Erisictão era um rei da Tessália, rico, sem fé e violento, que não temia nem reverenciava o transcendente, o espiritualizante. Um dia, Erisícton violou um bosque consagrado a Deméter, considerada pela mitologia como deusa da agricultura e das forças vitais da natureza (correspondente a Céres latina). Contra todos os argumentos de seus criados, Erisícton põe-se a derrubar árvores consagradas à deusa e a golpear com o machado um imenso carvalho, árvore favorita da deusa, porque pretendia construir um móvel para seu palácio (uma mesa). Do tronco ferido, esguicha sangue. Um dos criados tenta impedi-lo de continuar e tem a cabeça cortada em um único golpe. As dríades, divindades da floresta, também não conseguem impedi-lo e correm a Deméter, exigindo justiça.

A deusa, então, recorre a Éton, a Fome, e a coloca no estômago de Erisícton, despertando-lhe um apetite devorador, que nada é capaz de saciar. Em poucos dias, o rei, afastado das questões espirutuais, consome a comida disponível em seu palácio e gasta toda sua fortuna para comprar mais provisões. Desesperado, vende, como escrava, sua filha Mnestra, para comprar mais comida. Esta recorre à ajuda de Poseidon, que lhe concede a capacidade da metamorfose e, assim, consegue escapar inúmeras vezes dos seus sucessivos proprietários e voltar a se fazer vender. Mesmo assim, Erisícton não consegue saciar-se e emagrece sem parar, sentindo um profundo vazio em si mesmo.

Consumido, enfim, por este vazio interno, enlouquecido, Erisícton começa a comer os próprios membros e acaba devorando-se a si próprio.

Essa lenda nos convida a pensar com gravidade a respeito desses dias em que vivemos, sobretudo porque, em nome do fastígio tecnológico, das crescentes demandas pela aquisição e posse das coisas transitórias, impermanentes; busca essa que nos tem feito ansiosos e, por conta dessa ansiedade, tornamos as nossas experiências superficiais, sem profundidade, de onde, não raro, decorre essa perda de contato com o transcendente, com o divino.

Esses têm sido dias de vazio existencial, de negação de Deus.

Os cientistas têm feito reiteradas tentativas, como observamos através das inúmeras publicações (revistas, programas de TV, artigos, entrevistas com pesquisadores), nesses últimos anos, para desqualificar a crença das pessoas nas coisas espirituais, divinas, nas religiões ou, ainda, no próprio sentimento de religiosidade, como se isso fosse para aqueles que não raciocinam ou, ainda, como se estas convicções não trouxessem nenhuma vantagem para a construção de uma personalidade saudável, capaz de enfrentar os desafios que a vida propõe nesses dias confusos em que vivemos.

Além disso, vale mencionar que a atual incapacidade de a Ciência comprovar a existência em Deus não lhe confere, automaticamente, o direito de negar Deus, pois uma coisa é a falta de instrumentos ou modelos que nos façam concluir, sob perspectiva dos paradigmas atuais, pela existência dEle e, outra coisa, é simplesmente afirmar, a priori, que Ele não existe.

Mobilizada por esta imperiosa necessidade (a de trazer Deus para a intimidade da criatura, reencontrando-se, assim, o seu “endereço”), a Federação Espírita do Paraná, num empreendimento encabeçado pela sua presidência, lançou um projeto para toda a comunidade: A REDESCOBERTA DE DEUS.

O evento, que demarcou o lançamento deste projeto para o grande público se deu no dia 2 de dezembro, quarta-feira, no teatro da FEP, após o tradicional momento de oração, que envolve vários colaboradores da FEP.

Concebido pelo espírita, colaborador da FEP, Plínio Oliveira, maestro e arranjador renomado, o DVD, elaborado com imagens em alta definição, com 13 faixas de 3 minutos cada, conta com dois dubladores profissionais, que fazem as vozes do ator Richard Gere e da atriz Michele Pfeiffer.

Além das variadas e belíssimas imagens de cada faixa, os textos possuem legenda, acompanhadas por fundo musical.

Assim, apresentam-se algumas opções, que podem ser combinadas conforme o uso, conforme a necessidade de cada usuário.

Com esse presente de final de ano, a FEP pretende, através desse trabalho extraordinário, resgatar o endereço de Deus no coração de cada um que tenha contato com este material, com este trabalho grandioso.

Redação || jornal@feparana.com.br

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