domingo, 18 de abril de 2010

Violência gera violência

Por Francisco Rebouças
Execução de três cristãos gera protestos na Indonésia

Multidões de cristãos libertaram centenas de prisioneiros, incendiaram carros, saquearam lojas de muçulmanos e promoveram outros atos de violência no leste da Indonésia depois que três católicos foram executados hoje, disseram testemunhas e autoridades locais. Eles haviam sido condenados à morte por uma série de atentados extremistas contra alvos muçulmanos que provocaram a morte de 70 pessoas em 2000.

Na ilha de Flores, onde nasceram os três homens executados, jovens empunhando armas rústicas aterrorizaram os moradores. A polícia efetuou disparos para o alto para dispersar gangues que atacavam o Parlamento local. Em outros pontos de Flores, manifestantes bloquearam ruas e incendiaram imóveis. De acordo com a polícia e com a imprensa locais, pelo menos cinco pessoas ficaram feridas nos episódios de violência sectária, inclusive um promotor público que foi esfaqueado.

O vice-presidente indonésio, Jusuf Kalla, pediu calma e assegurou que as execuções nada têm a ver com religião. "É uma questão judicial. Se as pessoas ficarem revoltadas com a aplicação da lei, estamos perdidos", comentou ele em conversa com jornalistas em Jacarta.

Fabianus Tibo, de anos 60, Marinus Riwu, de 48, e Domingos da Silva, de 42, foram executados à 1h45 da manhã de hoje (22/09/06), no horário local em Palu, capital da província de Sulawesi Central, disse I Wayan Pasek Suartha, um porta-voz da promotoria. Um painel de três juízes Agência Estado.

Os Espíritos Superiores, em todas as oportunidades que têm de nos contatar, através dos variados médiuns, não se cansam de orientar para a certeza de que a violência não é método eficiente para o combate ao mal de qualquer ordem, ao contrário, ensinam que só o amor é suficientemente capaz de modificar uma situação de violência.

Por essa razão, é que a “pena de morte” não se mostrou eficaz ao combate ao crime nos países em que está legalmente introduzida como Lei, muito ao contrário, tem gerado reações de revolta e violência, causando muitos danos materiais, e muitas outras mortes, pela reação violenta dos que não aceitam esse tipo de punição para um ser humano.

Para uma eficiente forma de conscientização da sociedade para o respeito às leis, estas devem ser elaboradas de forma a dar aos seus transgressores, a oportunidade de repararem seus erros, muitas das vezes cometidos de maneira impensada e sem uma intenção prévia, acontecendo num momento de profundo desespero e desequilíbrio que pode acontecer com qualquer cidadão comum.

Em o Livro dos Espíritos, mais precisamente na questão 760, diz: Desaparecerá algum dia, da legislação humana, a pena de morte?

“Incontestavelmente desaparecerá e a sua supressão assinalará um progresso da Humanidade. Quando os homens estiverem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida na Terra. Não mais precisarão os homens de ser julgados pelos homens. Refiro-me a uma época ainda muito distante de vós.”

Sem dúvida, o progresso social ainda muito deixa a desejar. Mas, seria injusto para com a sociedade moderna quem não visse um progresso nas restrições postas à pena de morte, no seio dos povos mais adiantados, e à natureza dos crimes a que a sua aplicação se acha limitada. Se compararmos as garantias de que, entre esses mesmos povos, a justiça procura cercar o acusado, a humanidade de que usa para com ele, mesmo quando o reconhece culpado, com o que se praticava em tempos que ainda não vão muito longe, não poderemos negar o avanço do gênero humano na senda do progresso.

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