terça-feira, 2 de novembro de 2010

A lei – a graça e a verdade

Cairbar Schutel

Publicado em 10 de outubro de 1936

Existe uma diferença muito grande entre o Antigo e o Novo Testamento. O primeiro está sob o domínio inflexível da Lei, que preside os Dez Mandamentos transmitidos no Monte Sinai, por intermédio de Moisés. O segundo é o Código de Imortalidade e Amor, sob a proteção vivificadora de Jesus Cristo e, por seu intermédio, transmitido às ovelhas desgarradas de Israel.
O Novo Testamento não inutiliza a Lei, que prevalece para os que não se acham aptos para receberem a “Graça e a Verdade”, assim como a Lei não invalida a Mensagem Cristã que dela liberta a todos que a receberam, integralmente, com seus princípios Imortalista e de Amor.
Por isso é que Jesus disse – “Não vim destruir a Lei, mas fazer com que ela seja cumprida” e o Apóstolo acrescenta – “a misericórdia (ou seja, o Amor) triunfa no Juízo”.
Para que haja Juízo e Julgamento é preciso que haja Lei; mas a Lei, conquanto contenha partículas do Amor, está abaixo do Amor que recebemos por Graça e Verdade de Jesus Cristo.
Quem está debaixo da Lei é escravo; quem se acha sob o amparo da Graça e da Verdade é livre; por isso Jesus disse aos que O quiserem seguir: “Se vós fordes meus discípulos, buscareis a Verdade e a Verdade vos fará livres”.
Há muita diferença entre a escravidão da Lei e o liberalismo da doação que o Cristo nos fez, tornando-nos Filhos de Deus, com direito à Ressurreição e à Vida Eterna. Por isso o Senhor disse: “A Vida Eterna consiste em crerdes no Filho do Homem”. Aquele que crer terá (conhecerá) a Vida Eterna; aquele que não crer não a terá (não a conhecerá), já está condenado.
A “Lei” foi dada para súditos; a “A Graça e a Verdade”, para filhos.
A “Graça e a Verdade”, dadas por Jesus Cristo, são maiores do que a “Lei”, dada por intermédio de Moisés; entretanto, uma como outras são Revelações da Vontade de Deus. Quem não quiser receber o “jugo suave” e o “fardo leve”, tem que se submeter, mais hoje, mais amanhã, ao jugo da “Lei” e carregar seu pesado “fardo”.
Tal é a revelação que o Espiritismo nos transmite, relembrando a Palavra do Cristo, e ordenando o seu cumprimento.

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