sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A cultura espiritual

A CULTURA ESPIRITUAL

Chegamos ao final de um milênio, ao final de uma época em que se repercutem as grandes invenções, os grandes acúmulos, as imensas alegorias materiais, o supérfluo superando o essencial, a luxúria abastecendo a ambientação natural, os indivíduos se reciclando devido às exigências do materialismo e do seu efeito consumista.

Chegamos à época, também, de grandes análises e contestações: conjecturas ambientalistas, humanas, religiosas e morais divergem e se acentuam nos laboratórios jornalísticos e editoriais, televisivos e culturais. Mas, a verdadeira cultura de um povo precisa estar versada em âmbitos de acúmulos em equilíbrio de enfoques, quero dizer, precisamos delinear a cultura pessoal e humana, a cultura social e universal em propósitos mais firmes, sem buscarmos visões efêmeras e ilusórias.


A cultura é o acúmulo de aquisições concentradas através das vivências nos tempos e espaços por nós selecionados, porém, observando cada um de nós dentro de nossa capacidade perceptiva e cumulativa. Por isso, não basta que nos digamos cultos em aspectos múltiplos e não saibamos acionar esta cultura tão ampla no exercício diário de nosso processo cármico. É necessário buscarmos um acúmulo cultural que nos traga uma forma de nos modificarmos, de melhor nos posicionarmos dentro de nós mesmos e em relação ao mundo em que vivemos.

Esta cultura extravasada por milhões e muitas vezes aparada e aceita como plena, pois é enfocada unilateralmente, se torna tantas vezes um empecilho na direção de uma cultura mais ampla. O homem, ainda muito vaidoso e orgulhoso, se detém muito na obtenção de valores restritos e colocados à disposição de sua personalidade ambiciosa e difícil de ser trabalhada, travando com este enfoque individualista maiores conquistas.

O progresso humano precisa caminhar em concomitância com o progresso espiritual, como a cultura espiritual está relativa à busca pela modificação íntima de cada criatura.

Sim, cultura espiritual é arrebanhada através das diversas e diferentes existências, no revestimento carnal e atemporal, que nos trarão a exercícios mais específicos, a dilatar nossas possibilidades espirituais.

Esta cultura espiritual, tão buscada quando nos vemos em planos espirituais, mas tão negligenciada quando nos envolvemos na matéria densa, deveria ser vista como uma luz a ser obtida, um farol a nos proporcionar esclarecimentos e nos mostrar as verdadeiras intenções de nosso, Pai quando nos lançou às diversas oportunidades nas esferas carnais.

Cultura espiritual é acúmulo que precisamos ansiar, sim, o próprio Espírito precisa chegar à conclusão de que para que ele possa crescer e se desenvolver deverá deter, além de conhecimentos práticos e científicos, energéticos e fluídicos, a vontade de se tornar cada vez mais uma alma amiga e irmã, procurando exercer a caridade, mas pautado no verdadeiro conhecimento daquilo que acontece às almas em todas as situações cármicas.

Realmente, determos uma cultura em termos espirituais, será atingir um pleno domínio de nossos atos, uma plena conscientização daquilo que somos e que poderemos vir a ser.

A codificação da doutrina dos Espíritos muito contribuiu para o início de nossos caminhos, porém a cultura do Espírito precisa ir mais além, precisa ser buscada entre as entrelinhas, no vernáculo judaico, nas mensagens de amor e paz de Jesus, na busca constante pelo crescimento nos diversos e diferentes ramos de uma literatura absolutista em termos de luz, amor e fé.

Dentre esta busca espiritual, a irmandade em fé irá trazer-nos os elos a serem fortalecidos, desde que hajam boa vontade e intenções sinceras em unirmos esclarecimentos e vivências, culturas e depoimentos dos meios que mais poderão contribuir para o nosso crescimento, que é o meio dos Espíritos irmãos em vivência paralela.

Busquemos colher informações do próprio mundo dos Espíritos, pois ele hoje em situação mais vantajosa, já se encontrando sob luzes intensas, poderá dilatar-nos e avançar amplas mensagens, alertando-nos para enfoques não perceptivos a nós, direcionando nossos estudos e ampliando nossos conhecimentos.

A cultura humana precisa tornar-se um conjunto de conhecimentos e percepções, não só ser vista como didática verbalística ou ser incluída nos patamares sociais de literatos e acadêmicos, mas, também, precisará estar aliada à vasta gama de elucidações e declarações das almas irmãs, que já conjugaram conosco os mesmos espaços e sentimentos, e que em vivência espiritual, já como individualidades firmadas, em condições muito mais férteis de nos trazerem a emancipação tão esperada por todos os Espíritos.

Que Jesus possa sempre nos direcionar em busca de nosso aprimoramento íntimo, em busca de uma estrada a ser visualizada à nossa frente em perspectivas mais amplas de angariarmos a nossa verdadeira cultura espiritual, mas aquela cultura baseada nos verdadeiros enfoques humanos e espirituais, que precisamos reter como Espíritos eternos e infinitos.

Que a acolhida a todas as formas de cultura possa ser vista como uma pedra a ser acrescentada na construção do edifício que somos como almas em eternas reconstruções e crescimentos, mas que, a cada acréscimo, possamos ter tido a oportunidade de nos termos colocado no tamanho certo e na textura exata, para que não nos sintamos em desequilíbrios por falta da mensuração ideal e possibilitemos uma queda em algum tempo ou em algum lugar.

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