sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Paulo de Tarso e as tribulações



Causou-nos surpresa a carta de um leitor desta revista*, publicada na edição passada, na qual o missivista disse estranhar o porquê de tanto sofrimento e de tanto trabalho para que alguém chegue à purificação espiritual.
Foi-lhe dito, em resposta, que em um planeta como o nosso, cujos habitantes estão ainda sujeitos ao regime de provas e/ou expiações, é natural que encontremos em todos os lugares o sofrimento, a dor e a dificuldade; contudo, nada disso é realmente indispensável na caminhada que nos levará à perfeição. As provas, os desafios, os obstáculos existirão sempre, porque fazem parte do processo evolutivo; mas a dor e o sofrimento surgem em nossa vida como medidas corretivas cujo objetivo é avisar-nos de que nos encontramos em um rumo equivocado que não nos levará à meta para a qual fomos criados.
Em sua epístola aos Romanos, Paulo escreveu: "Também nos gloriamos nas tribulações" (Romanos, 5:3).
Essa frase do apóstolo da gentilidade mereceu de Emmanuel interessantes considerações que o leitor pode ler no cap. 142 do livro Vinha de Luz, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
Muitas pessoas recordam Paulo fixando-se tão-somente no seu encontro com Jesus, às portas de Damasco, mas se esquecem do esforço hercúleo que ele teve de realizar para vencer as vicissitudes e tentações inúmeras e, por fim, regressar redimido às esferas mais altas da vida.
Nas cartas paulinas encontramos inúmeras referências feitas pelo grande apóstolo às lutas e às dilacerações do caminho, nas quais se evidenciam as estações educativas e restauradoras, entre o primeiro clarão da fé e o supremo testemunho.
Prisão, açoites, pedradas, desesperanças, serviço áspero e contínua renunciação – eis os recursos que outorgaram ao notável pregador o passaporte para um novo estágio evolutivo.
A tribulação produz fortaleza e paciência.
Ninguém encontra o tesouro da experiência no pântano da ociosidade.
É preciso acordar com o dia, seguindo-lhe o curso brilhante de serviço, nas oportunidades de trabalho que ele nos descortina.
A existência terrestre é passagem para a luz eterna.
As quatro últimas frases acima colocadas são de Emmanuel, que também nos adverte, com toda a clareza, que prosseguir com o Cristo é acompanhar-lhe as pegadas, evitando desvios insidiosos, e que o grande serviço de preparação tem de iniciar-se na maravilhosa e desconhecida "terra de nós mesmos".

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